Oi minhas gordivahs! Eu de novo voltei pro blog, tem sido quase três anos de indas e vindas e a luta contra a chikunguya realmente tem me deixado prostrada por meses, mas hoje eu acordei num dia bom, o que é muito raro, muito raro mesmo. E resolvi trabalhar, produzir, produzir e produzir conteúdo pra vocês.
Eu estou numa batida de trabalho muito acelerada, que tem me levado aos meus limites e muitas vezes até mesmo a ultrapassá-los. Embora desgastante, é muito gratificante ver o quanto sou capaz de produzir, mesmo que isso drene minha energia e eu não consiga tocar meus projetos paralelos. É bom saber que estou voltando a evoluir, mesmo que a passos de formiguinha, ainda que para o ritmo ultra acelerado do Rio de Janeiro pareça nada, como eu sempre costumo ouvir hahaha Para euzinha, esse ser humaninho aqui que vos escreve mesmo com dor, sim, ainda sinto dor, cada conquista, leve melhora, é um baita motivo pra celebrar.
Antes eu me sentia uma múmia, mal conseguia dar 500 passos por dia, hoje eu ando em média 3 a 4 km todo dia, contando todos os passos, já consigo pegar um trem, um metrô, consigo andar por mais de um minuto. Antes eu era um muminha cheia de dor e adesivos analgésicos e térmicos pelo corpo, cheia de dor, encurvada, triste e chorosa.
Agora estou recuperando minha mobilidade até então ultra reduzida, estou correndo atrás do meu condicionamento físico perdido, pois fui obrigada a levar um estilo de vida estritamente sedentário e gente na boa, quem aí é sedentário ao extremo porque quer, como consegue viver assim? Socorro! Odiei, odiei, odiei perder minha facilidade de subir ladeirões, andar horrores. É horrível você não conseguir andar direito, sentir dor, não ter resistência, como vocês conseguem só andar de carro? Faz isso não gente! Essa vida de só andar de Uber não faz bem pro coração nem pro bolso não, se você tem saúde, se você consegue andar, faça uso da sua saúde, saiba que tem gente que daria tudo pra ter a sua capacidade física para sair andando por aí, mas, por motivo de doença não consegue.
Eu queria estar no Hashtag Moda Plus hoje, mas ainda não me recuperei o bastante para encarar o desgaste físico de comparecer a eventos, mas tô animada porque sei que estou mais perto de conferir essa maravilha que mudou o cenário da Moda Gorda carioca.
Luiz está há quase nove meses com a doença. Ele acredita que quanto mais pessoas souberem do seu caso, maior será o cuidado para não contrair a chikungunya.
Você provavelmente já deve ter ouvido falar da dengue, chikungunya e Zika, e que é preciso se prevenir contra elas, eliminando o mosquito transmissor: o Aedes aegypti. Mas muitas vezes também é comum pensarmos que nunca vai acontecer conosco, que estamos imunes, ou que no nosso bairro não há esse tipo de problema. Mas nem sempre temos o controle disso. E só olhar para a nossa casa, ou bairro, não é o suficiente. Isso porque mesmo estando atento ao nosso espaço, outros ambientes também são propícios para a proliferação. Foi exatamente assim que começou a história de Luiz Henrique de Abreu, de Belo Horizonte, que há oito meses vive com chikungunya.
O psicólogo de 58 anos sempre acompanhava as atividades de combate ao mosquito na capital mineira, principalmente no começo do ano, quando os problemas com as doenças se agravaram. “Eu fiquei preocupado porque ao lado de onde eu moro começou a construção de um prédio. Estava correndo água embaixo da laje onde a gente não via, porque o terreno é fechado, então acabou acumulando água dessa obra, os mosquitos se reproduziram, e algumas pessoas acabaram infectadas. Foram duas com dengue e eu fui sorteado com a chikungunya”, conta Luiz.
Apesar de não se ouvir muitos relatos sobre essa doença, e ouvir muito mais sobre a dengue, é muito importante prestar atenção aos sintomas, que acabam debilitando o paciente, como relata Luiz. “Eu fazia atividades físicas, e tive que parar de fazer tudo. Não tinha condições, e não entendia exatamente o que estava acontecendo, porque as coisas estavam complicando. Eu não tinha condição e disposição porque a gente acaba fazendo tanto esforço para conseguir fazer as coisas que acaba ficando cansado e eu deitava para recuperar as energias e às vezes ficava horas deitado”.
Nos primeiros dias de sintomas, os sinais eram semelhantes com os de uma gripe, como dor pelo corpo, cansaço e fraqueza, mas alguns dias depois, tudo se agravou. O braço ficou paralisado por conta de uma dor forte a cima do cotovelo, que foi se estendendo para o resto dos membros inferiores e superiores. As dores impossibilitavam até mesmo realizar o menor esforço, como beber uma água, ou tomar um banho. Os pés e as mãos ficaram inchados e dores muito fortes nas articulações comprometiam movimentos de apoio para levantar da cama, ou caminhar. “Meu mundo em quase cinco meses ficou resumido ao meu apartamento, e tinha dias eu achava que ia acabar ficando quase que resumida ao quarto”.
Inicialmente, o diagnóstico clínico de Luiz era dengue, mas o vírus não era detectado em exames, o que intrigou os médicos de Belo Horizonte. “Eu tomava quase dois vidros de remédio para dor e simplesmente não resolvia nada. Não conseguia dormir, e as dores iam ficando cada vez mais fortes”. Foi somente dois meses depois que finalmente a doença se confirmou: era chikungunya. Atualmente o tratamento para as dores crônicas de Luiz é feito com um reumatologista, por conta da semelhança de sintomas, mas Luiz chegou a ir a neurocirurgiões, ortopedistas, clínicos, infectologistas e oftalmologistas. “Eu penso que se fosse reumatismo eu já teria resultados melhores. Eu não posso dizer que não esta ajudando, tenho conseguido me mexer mais, e esses remédios tem me ajudado um pouco. Mas ainda são tentativas”, lembra Luiz.
Mas apesar de uma leve melhora no quadro, se engana quem pensa que a chikungunya não tem mais preocupado a cabeça dele. “Apesar de eu estar melhorando, eu não estou normal, e ainda tem limitações que complica um pouco a minha vida normal. É uma coisa muito maluca”. Um dos fatores que podem ter ajudado Luiz na recuperação da doença é a vida ativa e saudável levada por ele antes de tudo acontecer. Aos 58 anos, praticava atividades físicas regularmente e se alimentava de maneira saudável. Não possuía diabetes e pressão alta.
No início do mês de dezembro, o mineiro completa nove meses com a doença, e lembra às pessoas que a chikungunya é uma doença grave, com sintomas debilitantes, e que a falta de preocupação das pessoas em relação a ela é uma das coisas que mais preocupa. “Todas as pessoas que eu encontro eu falo pra se cuidar ou se prevenir, cuidar do espaço, usar os repelentes, porque o que eu passei pode ser que você tenha e se recupere em duas semanas, mas pode ser que a coisa fique como ficou comigo.” E a mensagem final, é sempre de ajudar a evitar que isso aconteça com os outros. “Eu me preocupo com as pessoas, então queria que elas soubessem e se preocupassem”.