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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Segue Lá No Novo Perfil Que Agora É Público



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Para quem quiser saber mais sobre algumas coisas que já fiz e como eu trabalho é só clicar nos links abaixo
Matérias sobre minha luta contra a gordofobia:

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/08/apos-vencer-cancer-modelo-plus-size-carioca-luta-contra-gordofobia-na-web.html

Quimioterapia e Beleza: http://quimioterapiaebeleza.com.br/gordivah/

http://www.liveentretenimento.com/2015/06/16/modelo-plus-size-vira-referencia-na-luta-contra-a-gordofobia/

Documentários/Curtas de que participei:

*Marcas do Preconceito da TV Mundo maior:
- Parte 1: https://youtu.be/akYqOYjzzEY
- Parte 2: https://youtu.be/iWEkccXJeGU
- Parte 3: https://youtu.be/OQ3bCGAtD8E
- Parte 4: https://youtu.be/UTtGUUP96jA

*Curta GORDA de Luiza Junqueira
https://www.facebook.com/curtagorda

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Autoestima Não É Só Uma Questão Estética Não!


Ás vezes na vida você precisa entender que infelizmente o que você sente por algumas pessoas não é recíproco. Seja em envolvimento romântico/amoroso/fraternal ou de amizade. Uma coisa que eu aprendi ainda menina é que nós não precisamos de ninguém pra sermos plenos e felizes e que muitas vezes é melhor ficar sozinho do que cercado por pessoas que não tem a mínima ou pelo menos um décimo da consideração que você tem por elas. Eu quando criança era desprezada pelas meninas e brincava direto com os meninos e quando os meninos não estavam elas faziam aqueles joguinhos de "vai e finge que brigou com a gente e é amiga dela e depois conta pra gente tudo que ela falar", só que eu nasci meio estranha sabe, pra alguns enredos eu prevejo as cenas e diálogos futuros, é um lance que não sei explicar, mas quem já viu muitos filmes comigo sabe do que estou falando, a trama eu entendo no meio do filme ou antes, mas é claro que não sou daquelas chatas que fica falando durante o filme ou conta que já sabe o final. E muitas vezes no final alguns me falam, não entendi aí eu vou e explico, ah mas você não viu q isso é por isso e blás....e muitas vezes a pessoa não vê nem entende o que eu vi e entendi, comum demais isso já....




E de filme eu parto pra falar sobre relacionamentos e amor próprio, sabe, seja em um relacionamento ou envolvimento romântico ou em amizades, você precisa saber manter seu amor próprio e autoestima, se o companheiro ou amigo não te valoriza, converse e se não funcionar, se afaste, dê mais atenção a si mesma pois aquela amiga egoísta pode estar sendo alguém que vai provocar danos sérios na sua autoestima e sua relação consigo mesma por anos. Desapegue mais das pessoas e se apegue nais a si mesma. De que adianta ter uma amiga que fala mal das outras amigas dela pra você, o quanto são terríveis, etc...Se amanhã ela estará reclamando de você, contando suas intimidades pra todo mundo? Manter pessoas que você conheceu um dia superficialmente, ou conviveu, não é errado, mas acho que o termo "amigo" hoje em dia está tão banalizado que as pessoas não sabem mais ser amigas, recíprocas na amizade.




E se tem uma coisa valiosa que aprendi há poucos minutos atrás é que não adianta forçar ser amiga de uma pessoa que não é e não quer ser sua amiga mesmo de verdade. Pra mim, pelo menos, eu como amiga, me comporto como alguém que se importa, procura acolher e cuidar de verdade e não da boca pra fora. Não sou amiga versão facebook ou WhatsApp, não sou colega que se autodenomina amiga, ou eu sou amiga mesmo ou não sou. É assim comigo, ou é ou não é! E depois de dar algumas chances a uma pessoa vejo que não adianta, é realmente uma amizade que não existe, mas um coleguismo do qual não tenho muito como fugir. Apenas me isolar, como sempre faço.




Uma das primeiras coisas que aprendi ao começar a conviver com outras pessoas além de minha família, é que nós devemos em primeiro lugar sermos as melhores amigas de nós mesmas.Devemos nos conhecer, e nos desvendar e saber quem realmente somos antes de conhecer e conviver de modo mais íntimo com outras pessoas. Aprendi que a amiga irmã de hoje, pode virar a desconhecida que te esnoba amanhã, aprendi que amizade verdadeira é rara e poucos sabem ser amigos de verdade. E cheguei num ponto em que não me importo mais, não quero esquentar a cabeça com mais nada, cansei de ser usada, cansei de ser só procurada quando querem algo, cansei de quem não entende a importância da militância gorda e debocha e esnoba minha militância, cansei de gente que prefere uma tela de celular em vez de te olhar nos olhos e ouvir o que você tem a dizer. Cansei! Não tenho mais estômago pra isso! 
As redes sociais, simplesmente tornaram a convivência social quase insuportável. Brasileiros não sabem  diferenciar uma timeline de um "amigo online" de um fórum de discussão e debates. Acho que por isso amo tanto o tumblr, lá é outro nível de convivência virtual.




E toda essa mistureba pra falar o seguinte, ás vezes você está vivendo algo que simplesmente parece drenar sua sanidade, te deixa quase louca, e algumas vezes, justo nesses momentos, você não poderá contar com ninguém e ficará sozinha com um mundo pesando em suas costas, mas saiba que é justo nesses momentos que você descobre quem você realmente é e do que é capaz sozinha. E sabe, muitas vezes as pessoas escolhem viver infelizes em um relacionamento, independente do tipo de natureza do mesmo, simplesmente pelo simples fato de temerem ficar sozinhas consigo mesmo. Muita gente nunca na vida conseguiu ficar sozinho consigo mesmo e com isso não descobriu o valor que tem, e veja bem o valor, a autoestima não é uma questão apenas estética, mas psicológica principalmente, ser capaz de conhecer e reconhecer o valor que você possui.









Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

“Ele me estuprou porque eu sou gorda”




Depoimentos revelam que a gordofobia pode estar intimamente associada à misoginia e se torna a principal motivação por trás de outros tipos de violência contra mulheres
Por Jarid Arraes
Esta é uma matéria da Fórum Semanal. Confira o conteúdo especial da edição 207 clicando aqui
A gordofobia é apontada por ativistas como um tipo de discriminação que acontece devido à intolerância da sociedade por pessoas gordas. Muitas vezes naturalizada nas ideias e comportamentos cotidianos, ela se embasa em diversos preconceitos que associam pessoas gordas a características e termos depreciativos.
É comum que pessoas gordas sofram constrangimentos públicos. Quando estão comendo, muitas recebem comentários invasivos e de desaprovação, como se não pudessem e não devessem se alimentar. Além disso, acabam enfrentando dificuldades no que diz respeito à acessibilidade, já que a maioria dos assentos e ambientes não é pensado para elas. Na prática, desde a cultura das dietas irresponsáveis até o padrão magro de beleza, tudo se reflete em situações palpáveis que realmente prejudicam a vida de quem é gordo.
No entanto, as dificuldades enfrentadas não se limitam aos tamanhos pequenos das roupas ou cadeiras frágeis dos estabelecimentos. Em muitos casos, a gordofobia está intimamente associada à misoginia e se torna a principal motivação por trás de outros tipos de violência contra mulheres. A estudante universitária Nathália Vargas*, de 24 anos, conta que sofreu muitos tipos de violência por ser gorda. “Cresci ouvindo piadinhas, recebendo apelidos, essas coisas que todo mundo que sempre foi gordo sabe bem como é, mas a pior agressão que sofri foi um estupro”, conta.
Vargas relata que estava participando de uma comemoração da faculdade com seus amigos, se sentindo feliz enquanto dançava a noite inteira, quando chegou a hora de ir embora. Ela esperava um táxi que havia chamado pelo celular quando um colega parou o carro e ofereceu uma carona. 

“Conhecia aquele cara há pelo menos dois anos, sempre nos falávamos na faculdade”, explica. “Mas ele parou o carro em um lugar escuro e deserto, travou as portas e disse que eu precisava mudar minhas atitudes, que precisava emagrecer ou parar de ‘balançar as minhas banhas’ na frente das pessoas”. Vargas ainda salienta que ele não estava bêbado e parecia muito calmo, mas não gostou da reação que a estudante teve. “Quando eu disse que ele era um idiota por me falar aquelas coisas, ele me deu um murro no nariz e falou que ia me ‘foder’ porque eu era gorda e nojenta. Ele me estuprou porque eu sou gorda”, diz Vargas abalada.

O que aconteceu nos dias após o estupro também é considerado por Nathália Vargas como reflexo da gordofobia que o colega manifestou. “Contei para outras amigas e todas duvidaram do que aconteceu. Chegaram a me falar que ele só estava afim de mim e tinha vergonha de assumir. Transferi o curso de faculdade, porque não poderia conviver com pessoas que chamaram o estupro que sofri de interesse romântico reprimido”, protesta.

Muitas outras mulheres passam por experiências similares; seus depoimentos deixam evidente que a misoginia e a violência sexual não seleciona mulheres socialmente consideradas “atraentes” por serem magras. O estupro é uma forma de subjugar e exercer um poder punitivo contra a mulher – no caso das mulheres gordas, em muitos casos elas são punidas pelo seu peso ou ainda por demonstrarem felicidade, já que nossa cultura considera que quem é gordo não deve estar satisfeito com o próprio corpo.

“Sofro muito assédio pelas ruas”, compartilha a ativista feminista Viviana Lima*. “Não por acaso, nunca deixei de ouvir grosserias e frases pornográficas por ser gorda. No meu caso, sempre que rejeito uma cantada, o homem age de forma gordofóbica”. Na última vez em que foi assediada, Lima caminhava na Avenida Paulista quando ouviu comentários sobre seu corpo. “O homem, que também era gordo, disse que eu era uma delícia, bem alto. Parei e o chamei de nojento, ao que ele reagiu com vários insultos me chamando de orca, leitoa e gorda horrorosa. Disse que estava tentando ajudar minha autoestima, porque eu certamente não recebia elogios”.

Segundo ativistas como Viviane, a violência sofrida por mulheres gordas é constantemente desacreditada ou transformada em algo positivo, já que, para quem faz uso de argumentos gordofóbicos, pelo menos essas mulheres estariam recebendo alguma atenção masculina. “É como se a nossa vida girasse em torno dos homens. Sou uma pessoa feliz e realizada, inclusive sexualmente, não devo gratidão a nenhum machista gordofóbico”, afirma. “Mas isso acontece porque toda a sociedade está contaminada pela ideia de que ser gorda é a pior coisa que pode acontecer a uma mulher. 

Quando me dizem que devo ficar feliz quando sofro assédio, o que eu entendo é que as pessoas acham que é melhor ser violentada do que ser gorda. Isso me enoja”, declara.
Nas redes, há diversas páginas e blogues que tratam de problemas como esse, denunciando as diversas formas por quais a gordofobia se manifesta, mas o assunto ainda está muito centralizado na busca por autoestima e autoaceitação. Por isso, os sites que falam de moda e beleza ainda são mais presentes do que aqueles que discorrem sobre violência sexual e doméstica contra mulheres gordas. “Acho que elas [mulheres gordas] ainda sentem medo de quebrar o silêncio. É menos grave falar de beleza e moda do que de estupro”, diz Nathália Vargas. “Eu entendo, até porque é algo muito doloroso, mas esse silêncio tem mantido os agressores numa zona de conforto. A gente precisa dar nome à gordofobia e denunciá-la”, conclui.

Para Viviana Lima, o quadro não será mais positivo tão cedo. “Não vejo como isso pode mudar nos próximos anos, porque mesmo a gente tenta combater gordofobia com mais padrões impostos às gordas. Plus Size com cinturinha e Photoshop? Aquela ideia de ‘gordelícia’, que é a gorda que tem curvas proporcionais, não tem celulite, nem barriga. Como as pessoas têm coragem de dizer que estão combatendo a gordofobia desse jeito?”, questiona. “Enquanto mulheres gordas e que não são modelos Plus Size forem comparadas com gorda de catálogo, a gente não consegue avançar nem um passo para falar de coisas absurdas como o estupro que me castiga por ser ‘gorda demais’”, protesta Lima.

Para a ativista, a saída é fazer uma abordagem cada vez mais politizada, que conquiste espaço nos movimentos de mulheres. “É um desafio, porque mesmo no feminismo temos o racismo e a gordofobia como marcas constantes. Mas eu não desisto. Não posso desistir, porque é a minha vida que está em risco. Se eu não falar por mim, quem falará?”, finaliza com a provocação.


*A pedido das entrevistadas, seus nomes foram trocados.



Foto: Reprodução Facebook


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Beijões Gordos,

Claudia Rocha GorDivah

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