Ah Dileuza, não deve ser nada fácil viver na sua pele. E por ser assim ela há muito tempo havia desistido de amar e passava as tardes nas florestas de seu reino, cuidando de seus afazeres longe da corte onde todos queriam aparecer impecáveis diante da realeza. Mas Dileuza, ah ela não tava nem aí pros protocolos nobres ela só queria saber de curtir seus afazeres em paz, havia até mesmo decidido se enclausurar na torre do Castelo...E no que está no bosque voltando da casa de sua querida amiga Janis ela se depara com o mensageiro de Dagoberto com quem já havia trocado algumas palavras e que já estava sabendo de sua decisão em sair de cena. Dileuza fingiu não vê-lo e saiu apressada, pensando assim que nunca mais o veria novamente já que não pretendia tão cedo sair de sua clausura. E ela pensava consigo mesma, ah esse Dagoberto se correspondia com todas da corte, não fará diferença se eu ignorá-lo...ele nem notará ou fará questão de falar comigo novamente mesmo. E seguiu sem se importar muito com o mensageiro do moçoilo que a espreitava.
Dileuza se despediu de todos na Corte e anunciou sua clausura na Torre, saiu da presença da nobreza sem olhar para trás e seguiu firme para a clausura, o que ninguém sabia na época era o que estava borbulhando de sombrio no coração de Dileuza, ela pretendia partir para as Terras do Além e nunca mais voltar, era um adeus definitivo que ela chorava todos os dias amargamente tentando adiar, mas que seu coração já não mais podia suportar. Já estava decidida, e naquele dia ela iria contatar o barqueiro para levá-la para o outro lado. O Universo, destino talvez, chamem do que quiser prevendo que nada poderia deter tal determinação de ferro fez Dagoberto enviar uma Carta urgente a Dileuza e desta vez as palavras dele conseguiram por um breve momento deter um pouco os impulsos selvagens daquele coração sangrento e triste. As cartas se multiplicaram, mas a distância aumentou pois Dagoberto precisou partir para um Reino distante numa missão muito muito importante que seria decisiva para o futuro do Reino. Nesta hora Dileuza desabou e percebeu, que de novo estava gostando de verdade de alguém e que de novo essa pessoa não seria parte da vida dela. E o que já estava ruim ficou pior, a peste chegou no vilarejo dela e ela foi acometida pela doença, bem no período do embarque de Dagoberto.
É meus caros leitores, nem ao menos uma despedida eles puderam ter. Dileuza doente e Dagoberto partindo para mares muito distantes. É o fim do que nem começou ela pensou, melhor assim. Isto estava fadado a acabar antes de começar de qualquer jeito, e a febre castigava seu corpo e as lágrimas jorravam em sua clausura, ela nunca se sentiu tão sozinha quanto naquele período. O que ela não sabia era que Dagoberto deixou muitas mensagens para ela com seu Mensageiro e o contato não cessou...A cada semana ela pensava, ele está tão longe daqui acho que agora ele me esquecerá... E a angústia passou a tomar conta de seu coração, ela nessa altura já estava mais do que certa de seus sentimentos e da importância dele em sua vida. E assim como os seus sentimentos cresceram, a praga também se espalhou pelas nações, focos de guerra tornaram a surgir e os mares nunca pareceram tão frios e profundos como agora se tornaram. A fronteira para ela está fechada na Terra onde ele está, ele está preso em sua Missão, e Dileuza só tem certeza de uma coisa, ela o ama e cruzaria galaxias, céus e mares por esse amor, já ele, bem nossa prota não pode falar por nosso guerreiro em solo estrangeiro.
Qual será o futuro desse louco sonho, delírio de Dileuza, nem a escritora aqui sabe ainda. Dileuza andou visitando a Torre da clausura novamente, e pensamentos sombrios a tem rondado, o que a reserva no futuro?